Tradições de Maio

Tradições de Maio

Maio é um mês de tradição e festividade para os alemães. Há séculos, ele é festejado em regiões católicas do país. Ainda hoje, a virada do dia 30 de abril para o dia 1º de maio é comemorada com festas e música, na Tanz in den Mai(Dança maio adentro). O costume é mantido principalmente nas regiões rurais, pelos rapazes solteiros locais, organizados em associações e "clubes de maio".
Na Idade Média, em regiões de influência católica, o relacionamento entre homens e mulheres era restrito, de forma que os jovens de sexos opostos tinham dificuldade para se conhecer. Para eles, a Dança de Maio era a única oportunidade para iniciar um namoro. "A tradição jovem apareceu na época dos cavaleiros, portanto na Idade Média, na qual um jovem aldeão não tinha nenhuma chance de conhecer uma moça. Não havia discotecas nem internet", explica Volker-Ralf Lange, membro do Maiclub Mülldorf, um dos maiores clubes que mantém a tradição no país. No final de abril, os jovens tinham a chance de disputar as garotas em uma espécie de leilão. O dinheiro arrecadado na ocasião financiava o baile. O ganhador tinha o direito de sair para dançar com a garota "arrematada", durante todo o mês.

A árvore de maio

Como prova de sua afeição, na madrugada do 1º de maio ele deixava um galho de árvore enfeitado na frente da casa da amada. Tratava-se também de um claro sinal para os eventuais concorrentes. O costume ficou conhecido como Maibaum (Árvore de Maio).
Segundo a tradição, a árvore é fixada em frente à casa da amada e o interessado devia decorar um galho, colocar uma placa com o seu nome e deixá-lo na frente da casa da pretendida, para indicar que ninguém devia se aproximar dela. Geralmente, a tradição de maio dava resultado, e muitos dos jovens se casavam. Nas vilas, a Dança de Maio era uma forma para os jovens se conhecerem sob a vigilância dos pais e constituírem família dentro da comunidade local.

Hoje em dia

Ainda hoje, no lugarejo de Mülldorf, na Renânia, os jovens solteiros enfeitam a frente das casas de suas amadas com árvores de maio, dando sequência à tradição de séculos. "Hoje, há no clube muitos casais que se conheceram aqui, se casaram, tiveram filhos, e agora os filhos também são membros ativos", descreve Lange. Para ele, conservar a tradição é uma importante base para o funcionamento da comunidade do lugarejo. "Temos um lema que diz: se as tradições morrem, o lugar morre também."

Autor: Julia Betzer (DD)
Revisão: Augusto Valente

Publicado na dw-world.de em 30 de maio de 2010.

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